O Youtube e os videojogos vão tão bem um com o outro que tornaram a analogia com a manteiga de amendoim e a geleia praticamente obsoleta.
Nada é mais popular na aplicação que canais dedicados aos videojogos, e ainda que o Gangnam Style nos lembre que a parvoíce é mais universal das linguagens, é o PewDiePie que colecciona o maior número de subscritores. E agora que penso nisso, a conclusão anterior volta a fazer sentido.
Mas para além de Let’s Players a gritar várias oitavas acima do que o ouvido humano consegue ouvir, críticos nostálgicos, zangados e irados, há quem decida discutir os videojogos de uma maneira que eleva o medium à categoria das outras representações artísticas.
Estes são os cinco melhores canais de youtube para quem quer mais dos videojogos. Sem críticos que atiram a palavra “imersivo” à parede a ver se cola, sem histerias e sem suecos.
Talvez tenha suecos, isto não foi realmente critério.
Arcadea
É o mais recente dos canais aqui mencionados, mas o catálogo de vídeos já é imponente. Arcadea é uma colaboração de vários youtubers sem que nenhum se sinta como o elo mais fraco. Mais do que as críticas que fogem à formula adoptada por “éne” youtubers, são as dissertações aprofundadas sob a forma de vídeo que fazem deste um canal a seguir.
A variedade dos temas torna difícil categoriza-lo, mas para quem gosta de reflexões sobre a industria, sobre mecânicas que mudaram o design de videojogos e o ocasional top 10 este canal merece o clique no botão de subscrever.
The Game Overthinker ( ScrewAttack!)
Já aqui falámos do ScrewAttack! e do seu programa mais célebre, Death Battle!. The Game Overthinker não têm a mesma notoriedade mas é igualmente bem argumentado.
É um programa de um só homem, o Robert, MovieBob para os amigos, youtuber mais conhecido pelas tiradas cinéfilas. Aqui utiliza o mesmo conceito para os videojogos sem comprometer o estilo caustico para agradar a “fanboys”.
Discutivelmente este lugar poderia estar a ser ocupado pelo programa ZeroPunctuation, mas onde o cinismo deste último é parte do que parece ser uma personagem o The Game Overthinker parece o resultado natural de alguém com pontos de vista interessantes e demasiado tempo livro.
Se conseguirmos ultrapassar os valores de produção que gritam ” eu fiz isto na minha cave” este é um programa a seguir.
Satchbag’s Goods
Do outro lado do espectro dos valores de produção está o saco de coisas fantásticas de Satchell “Like-a-Bag” Drakes. Cada vídeo tem a qualidade de um trabalho final de estudante de cinema e nenhum do pretensiosismo.
No canal cada vídeo vê-se como quem lê um ensaio e é frequentemente assim que o autor expõe visões dicotómicas, confrontando dois jogos distintos ( ou o Kanye West) para chegar a uma conclusão.
Algumas análises roçam o que seria espectável numa crítica, mas o compromisso com uma temática impede que se confunda com uma.
Game/ Show
A PBS não é só um bem público dos Estados Unidos, é uma bendita dádiva ao mundo e os canais de youtube a que está associada surpreendem pela quantidade e qualidade.
O canal Game/Show, à semelhança do Idea Channel, é um canal sobre “overthinking”. Não temos uma tradução à altura, mas para o caso consiste em ler o subtexto representacional em diversos aspectos relativos a videojogos e interpretá-los à luz do actual contexto cultural.
Há muito conversa sobre feminismo por isso considerem-se avisados, entusiastas do GamerGate.
Como sugestão, sigam também o Idea Channel. É mais generalista, mas versa amiúde sobre videojogos.
Extra Credits
É o melhor canal sobre videojogos? Provavelmente.
O Extra Credits é o que temos quando combinamos análise cultural, um game developer e originalidade. E uma voz à Alvim e os Esquilos, não nos podemos esquecer.
É o canal ideal para quem pensa em trabalhar na industria e entender como ela funciona e para quem quer perceber porque é que um jogo “funciona” ou não. Não só de um ponto de vista de programação, mas a razão pela qual gostamos de um jogo ou não. Pensem no canal como um tradutor de sentimentos.
Alguma vez pensaste porque é que gostas tanto de God Of War ? Há uma resposta para isso. Ou porque é que tanto gente joga Destiny apesar de ser consensualmente banal? Há uma explicação simples.